quarta-feira, 22 de abril de 2009

Boboshanti e o Turbante

Por Ras Nando

Uso comum entre os Boboshantis o turbante tem sido usual entre diversas pessoas e Rastas menos Ortodoxos. Para entendermos um pouco mais sobre esse hábito que se espalha pelo mundo devemos voltar aos anos 50, data aproximada em que Emmanuel transferiu-se para Bull Bay.

No final dos anos 50 a comunidade Rasta mais Ortodoxa da Jamaica, liderada por Emmanuel Charles Edwards passava por uma transição. Forçados a abandonar suas terras e vendo seu povo ser relacionado a Traficantes, Bandidos e Homens Pervertidos, Emmanuel decidiu por estabelecer regras de conduta mais severas, afim de destacar aqueles pertencentes ao Reino Reto de Melquisedeque, Reino do Nyabinghi de uma maioria que insistia em servir a outros Reis e outros Deuses. Cristo Clamou ao Pai e instruiu para a Salvação de Israel. Assim um dos Recados para o povo foi o dever de Cobrir suas cabeças, Juntamente aos outros Sacerdotes, Emmanuel coroou cada Irmão com um Turbante, os declarando profetas. A Regra então foi estabelecida, todo o povo ali presente foi coroado e passou a servir ao Cristo Vivo, tendo agora o Turbante em sua cabeça, escondendo seus Dreadlocks dos olhos do inimigo. Com o passar do tempo e a crescente admiração pelas palavras de Emmanuel mais gente subia a montanha para as celebrações de Sabbah regidas dentro do Tabernáculo, que já contava com a Banda de Daniel, liderada pela ordem Nyabinghi. Muitas dessas pessoas que participavam da celebração ficavam pelo monte por semanas, messes e até anos, essas pessoas eram introduzidas na Escola de Jerusalém onde erram re-educadas para uma vida natural e correta, aprendendo as sagradas escrituras, o Amharico e o uso de plantas e ervas na medicina e alimentação. Após os primeiros aprendizados todos eram coroados e recebiam seu Turbante. Muitos ficavam pelo monte e por ali estabeleceram sua vida, outros abandonavam e voltavam a viver no centro da cidade. Aos poucos o turbante ia se disseminando pela Ilha Caribenha fazendo com que pessoas usassem mesmo sem serem coroadas por Cristo. Com uma Jamaica muito sofrida, envolvida pelo crime e prostituição, diversos artistas procuraram Emmanuel e a Escola de Jerusalém para livrar-se dos problemas que muitos deles sustentaram vergonhosamente. Cristo nunca fez acepção de pessoas, sejam elas certas ou erradas e assim coroou e ensinou um por um para o bem e o amor. Mas nesse tempo já era inevitável, o turbante passou a fazer parte da indumentária de diversos Cantores de Reggae em todo mundo e começava a ser usual na cabeça dos idólatras das Festas e perversões. A coroação já não era mais necessária, todos vestiam um turbante como se fosse simplesmente um ato involuntário, sem a presença Divina.

No Brasil uma onda de Turbante se espalha rapidamente, a bonita e forte defesa do Rasta Ortodoxo começa a ser banalizada. Para um Boboshanti, Vestir um Turbante é como ter Cristo na sua cabeça, portanto para receber Cristo você deve ser coroado por um Sacerdote da Ordem de Melquisedeque e deve ser instruído para que possa arcar com tarefa de carregar o Filho de Deus sobre você. É tempo de olhar para correção e com humildade buscar o aprendizado Real de Nossos Sacerdotes e Anciões, antes de qualquer atitude para com nosso corpo ou nossa fé devemos orar e vigiar, muitas vezes por inexperiência colocamos nossos impulsos na frente e tornamos o Rasta em um Artista ou um estereótipo, somos um povo, o povo de Israel e Devemos seguir a sua Majestade Imperial Haile Selassie, ao Profeta e ao Sacerdote, devemos ter consciência de que o ensinamento vem a frente de qualquer atitude e aquele que vigia seus atos sabe onde pisa.

Turbante não é um artigo para Venda ou um acessório para festas. É uma Coroa. Você pode comprar uma Cama, uma Casa, uma Camiseta, uma Toca ou um Chapéu, mas uma coroa que é vendida de nada vale. Nenhum Rei compra sua Coroa. Somos Reis e Rainhas. Seja Coroado.

Haile I Selassie I Jah Rastafar-I

5 comentários:

Agradeçemos a Visita Por Favor Ao Fazer Comentário Deixa Seu Nome Ou Apelido. Selase I Abençoa.